PF desarticula esquema de tráfico aéreo com ramificações em Birigui e outras 10 cidades

Investigação durou cerca de um ano e identificou uso de aeronaves agrícolas para transporte de drogas.

Por Redação Mantaro | 23/10/2025 • 10h03

Hangar foi um dos locais de cumprimento de mandado durante a operação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

A Polícia Federal de Araçatuba (SP) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (23), a Operação Red Flag, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida no tráfico interestadual de drogas por meio de aeronaves. Birigui (SP) foi uma das cidades-alvo, com cumprimento de mandados e a prisão de um empresário do setor da aviação.

Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, além de nove mandados de prisão, sendo oito preventivas, uma temporária e uma prisão em flagrante. A ação ocorreu simultaneamente em 11 cidades de quatro estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Segundo informações da Polícia Federal, as investigações começaram há cerca de um ano, após a identificação de um piloto da região de Araçatuba (SP) envolvido no transporte de drogas por aeronaves agrícolas. As aeronaves utilizadas nas operações eram preparadas em hangares e oficinas localizadas em Birigui (SP) e partiam carregadas com cocaína para diferentes regiões do país.

Durante a ação, os policiais apreenderam 24 veículos, 20 aeronaves, 17 armas de fogo, 1.747 munições, US$ 93 mil e R$ 12.900 em espécie. Também foram localizados joias, dezenas de celulares, notebooks, mídias digitais, documentos e peças de aviões e veículos.

Armas, munições e quantias de dinheiro foram apreendidas durante a ação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Em Birigui (SP), foram cumpridos dez mandados de busca e o empresário Gilmar Aparecido Dellabella, dono de uma empresa de aviação, foi preso. Já em Araçatuba (SP), foi cumprido um mandado de prisão contra o piloto Fabrício Paterline Conti. As defesas dos dois ainda não se pronunciaram oficialmente.

A organização criminosa atuava com uma estrutura complexa e hierarquizada, dividida entre núcleos de logística aérea e terrestre, além de setores de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. De acordo com as apurações, cerca de R$ 160 milhões transitaram por contas bancárias ligadas a empresas e pessoas físicas do grupo investigado.

Em uma das ações criminosas identificadas no final de 2024, foi feito o transporte de quase uma tonelada de cocaína em aviões agrícolas no interior do Paraná. A PF informou que o grupo utilizava "laranjas" e empresas de fachada para movimentar os recursos ilícitos.

Além das prisões e apreensões, os agentes encontraram uma pista de pouso clandestina em propriedade rural pertencente a um dos investigados, empresário do setor de aviação agrícola com imóveis em Vera Cruz e Garça (SP). Um avião foi apreendido no local.

A operação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado de São Paulo, núcleo Araçatuba. As investigações seguem em andamento e o material apreendido será analisado pela equipe da Polícia Federal.

Segundo a corporação, a Operação Red Flag representa um duro golpe contra o tráfico aéreo de drogas no Brasil, sobretudo no interior paulista, onde parte significativa da logística era operada.

Hangar foi um dos locais de cumprimento de mandado durante a operação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Armas, munições e quantias de dinheiro foram apreendidas durante a ação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Armas, munições e quantias de dinheiro foram apreendidas durante a ação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Armas, munições e quantias de dinheiro foram apreendidas durante a ação da PF de Araçatuba — Foto: Polícia Federal/ Divulgação