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‘É uma questão humana’, diz Farias sobre população de rua em Birigui

Secretário de Governo de Birigui lidera projeto Zeladores de Praças, junto a moradores em situação de rua: 'Oferecer oportunidade para esses indivíduos reconstruírem suas vidas'.


Por Redação Mantaro | 27/12/2023 • 01h41

Secretário de Governo de Birigui, Carlos Farias: 'Os municípios desempenham um papel fundamental no enfrentamento das desigualdades sociais'. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Os municípios desempenham um papel fundamental no enfrentamento das desigualdades sociais”. Esta afirmação é do secretário de Governo da Prefeitura de Birigui, Carlos Farias, em entrevista exclusiva para a Folha da Região. Ele comentou o plano de ação e monitoramento para efetivação da política nacional para a população em situação de rua. Lançada no dia 11 de dezembro pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a ação prevê um plano com orçamento e recursos para efetivação de uma política nacional para a população em situação de rua, que vem crescendo no país.


Na região, o município de Birigui, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Secretaria de Governo, preparou iniciativas que estão sendo implantadas para as pessoas em situação de rua que circulam na cidade,sendo atendidas em sua maioria no Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) e no Acolhimento Institucional, por onde passam em média 130 pessoas em situação de vulnerabilidade.


Com o apoio do prefeito Leandro Maffeis (Republicanos) e da secretária de Assistência Social Silvana Caetano Leal Milani, o secretário Carlos Farias conjugou a cooperação interna de várias secretarias, de empresas, instituições e apoiadores da cidade, estruturando e executando de forma experimental o Projeto Zeladores de Praças. Para isso, Birigui criou o Curso Zeladores de Praças com pessoas em situação de rua.


Veja os principais pontos da entrevista:

Secretário Carlos Farias, poderia nos contar mais sobre o programa de formação de zeladores de praças em Birigui? Como surgiu a ideia e qual é o objetivo principal deste projeto?

O programa de formação de zeladores de praças em Birigui surgiu da nossa preocupação enquanto governo municipal e cidadão, pois temos que enfrentar esse desafio também na esfera municipal com a realidade dessas pessoas em situação de rua que circulam em nossa cidade.


É uma questão humana, pois observamos diariamente os desafios enfrentados por essas pessoas que perderam as suas referências, os seus vínculos e enfrentam vários problemas, desde saúde até a falta de emprego e moradia. Sentimos a necessidade de agir e oferecer uma oportunidade para esses indivíduos reconstruírem suas vidas.


O objetivo principal do projeto é proporcionar uma formação profissional sólida, permitindo que tenham um recomeço digno, restabelecendo suas condições de cidadania, recuperando a sua saúde com enfrentamento das drogas, contribuindo assim para o fortalecimento social e humano dessas pessoas em situação de rua.


O Plano de Ação lançado pelo Ministério dos Direitos Humanos vem ao encontro do trabalho que estamos propondo em Birigui e a disponibilização de recursos e apoio técnico será fundamental para que os resultados sejam alcançados para essa população carente e de vulnerabilidade nas ruas.


Como você vê o papel dos municípios no enfrentamento das desigualdades sociais e na promoção da dignidade humana, especialmente em um cenário global tão desafiador como o atual?

Os municípios desempenham um papel fundamental no enfrentamento das desigualdades sociais. É nos municípios, nas cidades,que as coisas acontecem, pois somos a linha de frente, lidando diariamente com os problemas diversos de saúde, moradia, emprego e pobreza. É aqui, nos níveis locais, que podemos implementar ações concretas para melhorar a qualidade de vida das pessoas.


No contexto global desafiador que enfrentamos, é crucial que as cidades estejam unidas em esforços colaborativos, criando redes de solidariedade e promovendo iniciativas que ofereçam esperança e oportunidades para os mais vulneráveis.


Na área pública, sempre trabalhei nas pastas de governo e desenvolvimento, fomentando investimentos, empreendimentos e projetos geradores de empregos e que promovam aquecimento da economia das cidades. Mas sempre busquei pautar o resultado final de tudo isso, que é o bem-estar das pessoas, na viabilização dos empregos para dar o sustento digno e humano para as famílias, condições imprescindíveis para as pessoas da minha cidade.


Então, os projetos e planos de desenvolvimento de qualquer município devem estar sempre conectados com a qualidade de vida da população, a diminuição das desigualdades sociais e a sustentabilidade social.


Como as parcerias e a colaboração com outras instituições e indivíduos têm sido fundamentais para este projeto?

As parcerias, cooperações e a colaboração fazem parte do coração deste projeto. Sem o apoio da comunidade, não poderíamos ter chegado tão longe. Contamos com amigos e colaboradores incríveis, pessoas sensíveis à fraternidade e o amor ao próximo que tornaram possível a realização do curso de formação de Zeladores de Praças, voltado à população em situação de rua em Birigui.


Juntos, criamos uma rede de instituições, várias secretarias, profissionais e pessoas dedicadas a promover mudanças positivas em nossa cidade. O curso Zeladores de Praças está sintonizado com novos projetos de sustentabilidade social e ambiental que virão em 2024, criando propostas de revitalização e recuperação de espaços verdes, implantação de coleta seletiva de resíduos.

Enfim, são ações importantes que promovem a inserção social, formação de mão de obra, gerando oportunidades de emprego sob uma estrutura de união de forças locais, capaz de mobilizar recursos, ideias e energias necessárias para construir um futuro melhor e maior sustentabilidade para o município.


Falando sobre o contexto da pandemia, como essa experiência impactou a maneira de conduzir projetos sociais em Birigui?

A pandemia nos trouxe lições profundas sobre a importância da solidariedade e da compaixão. Enfrentamos uma crise de alto impacto na saúde, mas que nos trouxe uma reflexão humana importante sobre valores, onde o individualismo e a indiferença se mostraram mais prejudiciais ainda nos tempos que estamos vivendo.


Há tempo para se reposicionar e mobilizar projetos do bem que promovam desenvolvimento e também a valorização humana, social e ambiental, diminuindo a pobreza, e enxergando através de uma lente com olhar mais preciso para as pessoas em situação precária nas ruas, muitas vezes comendo lixo, perdidos nas drogas e com problemas diversos de saúde mental e outros, sem emprego, moradia e sem vínculos familiares.


Essas pessoas precisam sim de apoio de nossa sociedade e não apenas de olhar de indignação, pois a pandemia reforçou a necessidade de estarmos mais unidos, mostrando que juntos podemos superar os desafios e construir um futuro mais humano e solidário para todos.


Para concluir, qual mensagem você gostaria de deixar para os cidadãos de Birigui e para todos aqueles que estão envolvidos ou interessados em iniciativas sociais semelhantes?

Minha mensagem para os cidadãos de Birigui e para todos aqueles que se interessam por iniciativas sociais é de esperança e ação. Estamos contando com o apoio do prefeito Leandro Maffeis, da secretária municipal de Assistência Social, Silvana Caetano Leal Milani, das pastas do governo municipal, do Legislativo Municipal e uma união de pessoas construindo o Programa Humanização e Novos Caminhos, com uma plataforma de novos projetos socioambientais que visam possibilitar a curto, médio e longo prazo uma melhor qualidade de vida para a população de Birigui.


A população de Birigui, além de empreendedora e trabalhadora, possui engajamento para as questões sociais e humanas, e juntos vamos continuar trabalhando para criar um futuro para que todos tenham oportunidades iguais e se sintam valorizados e respeitados. Que, em 2024, possamos ativar mais criatividade e generosidade entre as pessoas, viabilizando um mundo mais seguro, mais humano e saudável para todos.

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