Cerveja sustentável: Como o aquecedor solar está transformando a indústria cervejeira
- Jackson Andrade
- 24 de abr.
- 2 min de leitura
Sistemas de aquecimento solar vêm sendo adotados por cervejarias brasileiras para reduzir custos e emissões de carbono.
Por Redação | 24/04/2025 • 11h16

Com o avanço das tecnologias limpas e a crescente preocupação ambiental, a busca por soluções energéticas sustentáveis tornou-se prioridade em diversos setores produtivos. Na indústria cervejeira, esse movimento ganha força com a adoção de sistemas de aquecimento solar, capazes de reduzir o consumo de combustíveis fósseis e promover a eficiência energética. Iniciativas como o projeto do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) mostram que é possível aliar tradição e inovação com responsabilidade ambiental.
Lançado como parte do Plano Anual de Aplicação de Recursos (PAR Procel 2020), o projeto visa incentivar a instalação de sistemas termossolares em indústrias de bebidas de pequeno e médio porte. Entre os participantes selecionados via chamada pública estão a Cervejaria Tarantino (São Paulo/SP), Cervejaria Dumato (Sapezal/MT), Stone Brewpub Restaurante Ltda. e Cervejaria Turatti (ambas em Fortaleza/CE). A meta: reduzir até 55% do consumo energético dos processos térmicos dessas unidades e economizar em média até 35% nas contas de energia.
A Solis Solar, empresa nacional especializada em coletores solares térmicos, é uma das executoras do projeto e tem se destacado na implementação de sistemas personalizados para o setor cervejeiro. Segundo a empresa, a maior eficiência do aquecedor solar é percebida nos processos de mosturação, clarificação e fervura da cerveja – etapas que exigem temperaturas de até 90°C. Nessa fase, a substituição de geradores movidos a diesel, gás natural ou GLP por energia solar representa não apenas economia direta, mas também uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa.
Estudos de caso apontam que para uma produção mensal de 10 mil litros de cerveja, o sistema solar pode suprir mais de 2.400 kWh/mês de demanda térmica. Para isso, seriam necessários cerca de 30 coletores de 2 m² cada, ocupando uma área de 60 m² – uma adaptação viável para pequenas e médias cervejarias.
De acordo com o Procel, o projeto vai além da instalação dos equipamentos. O sistema SHIP (Solar Heat for Industrial Processes) será monitorado por sensores de desempenho, permitindo a coleta de dados para avaliação contínua dos ganhos energéticos e econômicos. A intenção é que esses resultados incentivem a replicação do modelo em outras unidades do setor.
O aquecimento solar industrial, apesar de ainda pouco explorado em comparação com outras fontes renováveis, é uma alternativa com grande potencial de crescimento no Brasil. O país, por sua localização privilegiada, possui alta incidência solar e ampla demanda por calor em baixa e média temperatura, especialmente em indústrias de alimentos e bebidas.
Nesse cenário, a energia solar surge como um diferencial competitivo, valorizado inclusive pelos consumidores que priorizam marcas comprometidas com práticas sustentáveis. Para o setor cervejeiro, a transição energética também pode ser uma oportunidade de inovação e reposicionamento no mercado.

Com iniciativas como essa, o Brasil dá um passo importante rumo à descarbonização da sua matriz energética industrial e fortalece o protagonismo de soluções locais como as oferecidas pela Solis Solar. O resultado? Uma cerveja mais limpa, com menor impacto ambiental e sabor ainda mais especial para um público cada vez mais consciente.