Birigui se despede de João Euphrásio Fiorotto, 90 anos, um dos grandes nomes da indústria de calçados

Criador da Popi, Fiorotto marcou época com sua visão inovadora no mercado infantil.

Por Redação | 19/12/2024 • 23h11

João Euphrásio Fiorotto durante a expansão da Popi, um marco na história industrial de Birigui (SP). — Foto: Museu Birigui

Birigui (SP) - Foi sepultado nesta quinta-feira, 19, no Cemitério da Saudade, o corpo do empresário João Euphrásio Fiorotto, 90 anos, figura central na consolidação de Birigui como um importante polo calçadista no Brasil. Dono da extinta fábrica Popi, Fiorotto deixa a esposa, Assunção Gonçalves Fiorotto, e os filhos Mércia de Fátima, João Júnior e Douglas. Empresários e membros do setor produtivo local destacaram o expressivo legado que ele construiu ao longo de décadas.

A História da Popi

Fundada em 1959, a Popi rapidamente conquistou destaque no mercado de calçados infantis. Em seus primeiros anos, a empresa começou com uma produção modesta de 200 pares por dia, mas alcançou números impressionantes: 20 mil pares diários em 1985. Com sede em Birigui, a fábrica ganhou um prédio moderno na Avenida Euclides Miragaia, tornando-se símbolo da arquitetura industrial na cidade.

Nos anos 1980, a Popi foi reconhecida entre as 20 maiores empresas do setor calçadista no Brasil. Uma das inovações marcantes foi a utilização das caixas de sapato como brinquedos, criando uma linha lúdica com casinhas e ilhas, que reforçaram o apelo da marca junto ao público infantil.

Inovação e desafios

Durante a década de 1990, a empresa enfrentou desafios significativos com a globalização e a implementação de planos econômicos como o Collor e o Real. Fiorotto respondeu com investimentos em tecnologia e ampliação de linhas de produção, adquirindo equipamentos italianos modernos. Apesar dos esforços, a Popi encerrou suas atividades na primeira década dos anos 2000.

Mais do que calçados, João Fiorotto e a Popi produziram sonhos que marcaram gerações. Seu trabalho segue registrado na memória da indústria calçadista e no coração dos moradores de Birigui. A marca não apenas exportou produtos, mas também levou a cultura brasileira a mercados internacionais, conquistando o público nos Estados Unidos.