Protestos marcam sessão da Câmara contra fechamento do CEI Rotary em Birigui (SP)
- Jackson Andrade
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Atualizado: há 7 horas
Prefeitura planeja encerrar atividades da creche até o final de 2026 e transformar prédio em centro de saúde mental.
Por Redação Mantaro | 23/07/2025 • 11h07

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Birigui (SP), realizada na noite de terça-feira (19), foi marcada por protestos de pais e familiares de crianças atendidas pelo Centro de Educação Infantil (CEI) Rotary. Com faixas e cartazes, dezenas de pessoas lotaram o plenário em defesa da permanência da unidade, que, segundo a Prefeitura, deverá ser desativada até o final de 2026.
Durante a sessão, a moradora Aniele Cristina utilizou a Tribuna Livre para representar o grupo de pais e expressar a insatisfação com a decisão da administração municipal. Ela criticou a falta de transparência no processo e ressaltou a importância histórica da creche para a cidade.
“Não se trata apenas de um prédio, mas de uma instituição com mais de 41 anos de história, que acolhe e forma cidadãos. Hoje vemos tudo isso ameaçado por uma decisão arbitrária, sem diálogo e sem apresentação de documentos ou dados que a justifiquem”, afirmou.

Segundo Aniele, o comunicado sobre o fechamento foi repassado de forma repentina, o que gerou indignação entre as famílias. Para ela, a falta de consulta à comunidade e a ausência de dados auditáveis tornam a medida questionável. “A decisão imposta de cima para baixo desrespeita famílias e profissionais que constroem diariamente a história dessa creche”, disse.
No mesmo dia, pela manhã, a prefeita Samanta Borini (PSD) comentou o caso em entrevista à Rádio Pérola. De acordo com a chefe do Executivo, o encerramento das atividades do CEI Rotary faz parte de uma reestruturação da rede municipal de ensino. A proposta é transferir os alunos para outras unidades e destinar o prédio para um novo centro especializado em saúde mental.
“Temos observado redução na demanda por vagas em determinadas regiões, enquanto mães cruzam a cidade para deixar seus filhos em unidades centrais. Queremos realocar as crianças com base nos endereços das famílias e liberar espaços para atender a outras áreas prioritárias, como a saúde mental”, justificou a prefeita.
Ainda segundo a Prefeitura, o custo mensal para manter o CEI Rotary gira em torno de R$ 250 mil, valor considerado elevado diante da quantidade atual de alunos. Apesar disso, os pais argumentam que a qualidade do serviço prestado, com 32 servidores atuando diretamente, justifica a continuidade da unidade.
Para os manifestantes, a mudança resultará em perdas na qualidade da educação infantil na cidade. Eles afirmam que vão manter a mobilização e seguir cobrando da gestão municipal mais diálogo e acesso a informações claras sobre a real necessidade da medida.
A Prefeitura garante que nenhuma criança ficará sem atendimento e que a transição será feita de maneira planejada. Já os familiares insistem que a decisão ainda pode ser revista, desde que haja disposição da administração para ouvir a comunidade.